Risco de sanções dos EUA cresce com aproximação do julgamento de Bolsonaro

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Preocupação é de que a decisão do Supremo afaste ainda mais o diálogo entre os dois países

Palácio do Planalto avalia que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, em andamento na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), pode prejudicar as negociações com os Estados Unidos e até mesmo resultar em novas sanções contra o Brasil. A preocupação é de que a decisão do Supremo afaste ainda mais o diálogo entre os dois países. Isso porque, quando anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, o ex-presidente Donald Trump justificou a medida justamente pelo processo contra Bolsonaro, que ele classificou como “perseguição política” e “ilegal”.

Segundo fontes ouvidas pela reportagem da Jovem Pan, o receio é que haja novas retaliações ou, no mínimo, maior dificuldade em avançar nas conversas com Washington. Para tentar reduzir os efeitos, o governo aposta na aprovação da medida provisória Brasil Soberano, que busca proteger empresas afetadas pelo chamado “tarifaço”, e insiste na defesa do multilateralismo comercial.

O ex-presidente Michel Temer também comentou a crise em um evento no Mato Grosso. Segundo ele, caso ainda estivesse no Planalto, faria questão de expor publicamente tentativas de contato direto com o governo americano, como forma de mostrar disposição para negociar. Analistas afirmam que a diplomacia brasileira perdeu parte de seu pragmatismo. Apesar do envio de Geraldo Alckmin e Fernando Haddad para tentar dialogar com Washington, há a determinação de que o nome de Bolsonaro não seja tratado nessas conversas.

Para os críticos, o Planalto coloca as sanções na conta de Bolsonaro, mas evita reconhecer a existência de uma crise diplomática mais ampla. Já para os Estados Unidos, a análise não se baseia apenas em notícias ou declarações públicas, mas em relatórios técnicos do Departamento de Estado, que apontam indícios de julgamento político no Brasil. Enquanto isso, cresce a percepção de que o processo contra Bolsonaro poderá intensificar não apenas os atritos entre Brasil e EUA, mas também a polarização no cenário político interno.

JP NEWS 

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