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GDF inaugura Centro de Referência da Mulher Brasileira no Recanto das Emas para fortalecer rede de proteção no DF

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Unidade oferece atendimento gratuito, capacitação e apoio psicossocial a mulheres em situação de violência

A partir desta terça-feira (6), a comunidade do Recanto das Emas passa a contar com um Centro de Referência da Mulher Brasileira (CRMB), que integra a rede de enfrentamento à violência de gênero e de promoção da autonomia feminina. Localizado na Av. Buritis, Quadra 203, Lote 14, o espaço possui estrutura acessível para pessoas com deficiência e é de fácil acesso por transporte público.

“Nossa meta é que todas as mulheres vítimas de violência tenham, perto de casa, um espaço de acolhimento e reconstrução. Temos de criar uma porta de entrada para quem esteja nessa condição de vulnerabilidade e criar também uma porta de saída para que possam romper esse ciclo, com emprego e informação. A independência financeira traz mais segurança para essas vítimas, então essa é uma pauta que muito nos importa e continuaremos trabalhando nisso, com mais entregas importantes”, afirmou o governador Ibaneis Rocha.

Governador Ibaneis Rocha: “Nossa meta é que todas as mulheres vítimas de violência tenham, perto de casa, um espaço de acolhimento e reconstrução” | Foto: Renato Alves/Agência Brasília

Com investimento superior a R$ 1,6 milhão, a unidade integra um conjunto de novos centros previstos para 2025 nas regiões do Sol Nascente, Sobradinho II e São Sebastião. As obras são fruto de parceria entre o Ministério das Mulheres, a Secretaria da Mulher do Distrito Federal (SMDF) e a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap). No total, o investimento nas quatro unidades chega a R$ 8,8 milhões, somando recursos federais e contrapartida do Governo do Distrito Federal (GDF).

Para o presidente da Novacap, Fernando Leite, o trabalho da companhia vai além dos serviços de manutenção em infraestrutura: “Temos um compromisso com a qualidade de vida da população. Então, estamos envolvidos tanto com a parte física das obras viárias, como com todas as obras de caráter social, como é o caso do Centro de Referência da Mulher Brasileira”.

Com 312,42 m² de área construída em um terreno de 865,66 m², o novo CRMB conta com salas de atendimento psicossocial, brinquedoteca com fraldário, recepção, copa, depósito, salas administrativas, espaços de convivência interno e externo com paisagismo, além de estacionamento.

Além do acolhimento, o centro também promove cursos de formação e capacitação profissional, com foco na autonomia econômica das mulheres, auxiliando na superação de contextos de vulnerabilidade e violência | Fotos: Geovana Albuquerque/Agência Brasília

A unidade oferece atendimento gratuito e espontâneo para mulheres em situação de violência, feito por uma equipe multidisciplinar formada por psicólogos, assistentes sociais, pedagogos e educadores sociais.

Segundo a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, os governos federal e local estão trabalhando para mudar o mundo. “Este é um espaço de reconhecimento de todos os direitos que as mulheres têm, e que aqui não seja falado só de violência, mas que todas se sintam ouvidas e se sintam protagonistas de um mundo que todos nós queremos, o mundo de paz onde a riqueza seja repartida e as pessoas se sintam de fato significadas”, argumentou.

Além do acolhimento, o centro também promove cursos de formação e capacitação profissional, com foco na autonomia econômica das mulheres, auxiliando na superação de contextos de vulnerabilidade e violência.

Para a secretária da Mulher, Giselle Ferreira, a inauguração do CRMB no Recanto das Emas reforça o compromisso do Governo do Distrito Federal em ampliar o acesso a serviços de acolhimento, escuta qualificada e apoio para sua autonomia.

A cobradora e corretora de imóveis Bárbara Costa comemorou a chegada do CRMB à cidade onde vive há 32 anos. Nove anos após ser vítima de violência sexual, ela acredita que o centro pode ajudar outras mulheres a recomeçarem

“Já entregamos importantes equipamentos este ano, e temos outros a caminho. Estamos fortalecendo uma rede que acolhe, orienta e cria oportunidades reais para que as mulheres rompam ciclos de violência e reconstruam suas trajetórias com autonomia e dignidade. Nosso compromisso é levar essa estrutura a todas as regiões, ampliando o acesso aos serviços essenciais”.

A obra foi executada pela empresa Sagres Engenharia, com recursos provenientes de convênio com a Caixa Econômica Federal e contrapartida do GDF. O valor total da construção foi de R$ 1.697.459,45, incluindo R$ 128.771,60 em equipamentos, fornecidos pela empresa Prisma Comércio de Móveis.

“Essa entrega é uma conquista no combate à violência contra a mulher. Além do acolhimento, tão necessário em momentos difíceis, sabemos da importância de promover a autonomia financeira como forma de romper os ciclos de violência. Estamos trabalhando diuturnamente para fazer do DF o melhor lugar para nascer menina e crescer mulher”, defendeu a vice-governadora Celina Leão. 

Rede de apoio

A notícia vem em boa hora para a moradora do Recanto das Emas, Gislaine Agra, 36, que mesmo depois de 10 anos de ter sido vítima de tentativa de feminicídio ainda carrega no corpo e na memória as marcas das facadas desferidas pelo ex-companheiro. “Nessa casa, espero me curar do choque que sofri, quando não pude contar com ninguém. Vou buscar atendimento psicológico, tanto para mim quanto para o meu filho”, conta a empreendedora. “É lindo ver uma casa dessas para apoiar as mulheres e também os nossos filhos. Se eu tivesse isso na época em que sofri a violência, acredito que hoje não carregaria tantos traumas comigo.”

A cobradora e corretora de imóveis Bárbara Costa, 37 anos, também comemorou a chegada do CRMB à cidade onde vive há 32 anos. Nove anos após ser vítima de violência sexual, ela acredita que o centro pode ajudar outras mulheres a recomeçarem. “Quando a gente passa por um trauma desses, tende a se isolar e alimentar a dor com pensamentos depressivos. Um espaço como esse oferece apoio fundamental para cuidar da saúde mental”, afirma.

Além dos novos CRMBs, o Distrito Federal conta com a Casa da Mulher Brasileira em Ceilândia, que funciona 24 horas por dia. A unidade oferece alojamento emergencial por até 48 horas, atendimento psicossocial, capacitação profissional e encaminhamento ao mercado de trabalho. O espaço também dispõe de brinquedoteca, salas de aula, laboratório de informática e auditório.

Agência Brasilia
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STF começa a julgar mais um núcleo da tentativa de golpe de Estado  Ministros da Primeira Turma julgam trechos de denúncia feita pela PGR O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar nesta terça-feira (6) mais um trecho da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre uma trama golpista cujo objetivo era manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder mesmo após derrota nas eleições de 2022.  Desta vez, os cinco ministros que compõem a Primeira Turma do Supremo – Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux – julgam se recebem o trecho  da denúncia relativa a sete acusados do núcleo 4 do golpe.  Conforme o fatiamento da denúncia, feito pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, os integrantes do núcleo 4 foram responsáveis por ações estratégicas de desinformação, com o objetivo de desacreditar as urnas eletrônicas e o processo eleitoral, gerando instabilidade social favorável ao golpe.  >> Siga o canal da Agência Brasil no WhatsApp O núcleo 4 também foi acusado de praticar atos para constranger o comandante do Exército à época, general Freire Gomes, a aderir ao complô golpista. Segundo a denúncia, para isso foram mobilizadas “milícias digitais” a fim de atacar o militar e sua família.  A PGR também indicou o uso das estruturas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para avançar nos objetivos golpistas de gerar instabilidade social e intimidar quem se colocasse como contrário ao plano. De acordo com a denúncia, equipamentos do órgão foram utilizados para monitorar opositores.  O sete denunciados do núcleo 4 respondem a cinco crimes:  organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência, grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado A maior parte desse núcleo é composto por militares. Também foram denunciados um policial federal e um engenheiro que teria respaldado os ataques à urna eletrônica. São eles:  Ailton Gonçalves Moraes Barros (major da reserva do Exército) Ângelo Martins Denicoli (major da reserva) Giancarlo Gomes Rodrigues (subtenente) Guilherme Marques de Almeida (tenente-coronel) Reginaldo Vieira de Abreu (coronel) Marcelo Araújo Bormevet (policial federal) Carlos Cesar Moretzsohn Rocha (presidente do presidente do Instituto Voto Legal) Demais núcleos Pelo regimento interno do Supremo, cabe às duas turmas do tribunal julgar os processos criminais que chegam ou são abertos na Corte. Como o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, faz parte da Primeira Turma, a acusação é julgada por este colegiado. Se a maioria dos ministros aceitar a denúncia, os acusados viram réus e passam a responder à ação penal no STF, na qual as defesas poderão ter acesso mais amplo ao material utilizado pela acusação e pedir a produção de novas provas, bem como arrolar testemunhas.  Em 25 março, a Primeira Turma já aceitou por unanimidade o trecho da denúncia relativo ao núcleo 1, tornando réus oito denunciados apontados como cabeças da trama golpista. O próprio Bolsonaro foi acusado pela PGR de liderar a organização criminosa. Entre os réus estão generais da reserva do Exército que foram integrantes do alto escalão de seu governo, entre outros assessores.  Em 22 de abril, o colegiado, também por unanimidade, aceitou a parte da denúncia contra outros seis envolvidos do núcleo 2, que reúne os acusados de terem prestado o assessoramento jurídico e intelectual para o golpe.  Com isso, chegam a 14 os réus pelo golpe de Estado fracassado. Caso seja aceita a parte da denúncia relativa ao núcleo 4, serão 21 réus. O julgamento de 12 denunciados do núcleo 3 foi marcado para 20 de maio.  O fatiamento da denúncia em seis núcleos foi autorizado pelos ministros da Primeira Turma. O procurador-geral, Paulo Gonet, justificou o procedimento como um meio de facilitar a tramitação do caso sobre o golpe, que tem como alvo, ao todo, 34 pessoas.  Agência Brasil

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