A Copa do Mundo de Clubes, em sua nova roupagem, chegou com força total
É verdade que há opositores, aqueles que veem a competição como um estorvo, um torneio inchado ou desnecessário. Mas, como a história do futebol nos ensina, o tempo tem o poder de mudar perspectivas.
Basta lembrar a Inglaterra em 1930: os inventores do futebol, então não filiados à FIFA, recusaram o convite para a primeira Copa do Mundo, disputada no longínquo Uruguai. Talvez achassem que o torneio não valia o esforço, que era algo passageiro, sem futuro. Hoje, os ingleses provavelmente lamentam aquela decisão.
Em 2030, a Copa do Mundo Centenária, com jogos no Uruguai, Espanha, Marrocos e Portugal, celebrará 100 anos de histórias, rivalidades e conquistas. O Mundial de Clubes, assim como a Copa do Mundo de seleções em seus primórdios, ainda precisa de ajustes. É a primeira edição nesse formato expandido, e ninguém espera perfeição logo de cara. Mas, como todo grande torneio, o tempo trará amadurecimento. Clubes que hoje não se entregam de corpo e alma, talvez por subestimarem a competição, estarão, na quarta ou quinta edição, lutando com unhas e dentes por uma vaga.
No dia 13 de julho, o campeão – europeu ou não – levantará o troféu no mesmo estádio que coroará a seleção vencedora da próxima Copa do Mundo. Esse simbolismo é um dos muitos incentivos que tornam o Mundial de Clubes especial.
E, claro, há o “dinheirão” envolvido, mas o que realmente fará as torcidas tomarem as ruas é o título, a glória de ser o melhor do mundo. Antes da bola rolar, os gigantes da UEFA talvez nem considerem a possibilidade de sofrer contra adversários de outros continentes.
Mas o futebol já provou, inúmeras vezes, que zebras e surpresas são parte do jogo.
Anote: essa postura arrogante de alguns tende a desaparecer. Quando o torneio ganhar ainda mais prestígio, quando as narrativas de superação e as rivalidades globais se consolidarem, todos estarão dando a vida por esse título.
A Copa do Mundo de Clubes precisa de ajustes, sim, mas sua criação foi um acerto. Ela é o embrião de algo grandioso, um palco para histórias épicas que unirão torcedores de todos os cantos. Como disse o lendário ex-jogador e treinador escocês Bill Shankly, “o futebol não é uma questão de vida ou morte, é muito mais importante que isso”. E o Mundial de Clubes, com o tempo, vai provar que é muito mais do que um simples torneio. É o futuro do futebol global.
JP NEWS / ESPORTE